Na última Assembleia da CNBB, em maio deste ano, os bispos aprovaram as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Conscientes da tarefa de anunciar a Palavra de Deus em um Brasil cada vez mais urbano, os pastores da Igreja querem convocar todos os fiéis a uma renovação de suas forças missionárias. Na verdade, a Conferência de Aparecida já havia destacado o eixo central da evangelização com a proposta de um discipulado missionário, sem o qual a Igreja não conseguiria cumprir o “Ide” de Jesus aos seus discípulos e, por eles, a todos nós. A superação de todo desânimo e indiferença frente à urgência evangelizadora, é a chave de interpretação de uma fé comprometida e atenta aos desafios e transformações de nosso País. Não devemos temer, pois o Senhor Jesus sempre nos acompanha neste itinerário. A alegria do Evangelho sempre nos revigora, dirigindo nosso olhar para um mundo melhor.
Além de inspirar os planos pastorais das igrejas particulares, as Diretrizes Gerais se constroem à imagem da Casa, entendida como comunidade eclesial missionária. A casa nos remete ao ambiente familiar aonde todos vivem um vínculo fraterno e humano, com a cooperação e participação de todos os seus membros. Ela é a imagem da proximidade, da presença e da acolhida. Uma comunidade autêntica e missionária tem de ter estas virtudes. Tais traços de familiaridade nos auxiliam na conscientização de que a missão de Jesus deve estar no coração de toda a Igreja. A missão não pode ser um elemento estranho à Igreja, mas como a casa que nos é familiar e referencial. Ela “é a alma da Igreja evangelizadora a quem pedimos, incessantemente, que venha renovar, sacudir, impelir a Igreja numa decidida saída de si mesma a fim de evangelizar todos os povos” (EG, n. 261).
Por fim, as novas Diretrizes Gerais propõem à Igreja no Brasil um apelo de retorno às fontes da experiência das primeiras comunidades cristãs. Elas nos ajudam a ler o momento histórico atual e, no contexto urbano, formar comunidades eclesiais vivas e missionárias, pois elas devem ser um luzeiro no meio do mundo, entendido como o lugar da presença de Deus e vivência do Evangelho. Que tais Diretrizes nos motivem a evangelizar um Brasil urbano, e formar autênticos discípulos comprometidos com um apostolado profético e transformador.