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Diocese da Campanha 110 anos de caminhada evangelizadora!

Diocese da Campanha 110 anos de caminhada evangelizadora!

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A Diocese da Campanha comemorou festivamente os 110 anos de sua criação, na celebração jubilar que ocorreu na Catedral de Santo Antônio, na manhã do dia 09 de setembro.

Com grande presença do clero, de religiosas, de seminaristas e das caravanas oriundas das paróquias a Celebração Eucarística foi presidida por Dom Pedro Cunha Cruz, nosso bispo diocesano. Fomos também honrados pela presença de Dom José Luiz Majella Delgado, Arcebispo Metropolitano de Pouso Alegre, reafirmando os profundos vínculos que unem as dioceses que formam a nossa Província Eclesiástica.

Antecedendo a Santa Missa, houve a acolhida das caravanas, a acolhida de Dom Pedro pelos cônegos do cabido diocesano, junto à porta da Catedral quando lhe foi apresentada, pelo Cônego Luzair, a cruz para ser osculada. Em seguida, deu-se a entrada do bispo aspergindo a assembléia e a sua oração silenciosa diante do Santíssimo Sacramento. Após Dom Pedro assentar-se no sólio episcopal, ocorreu uma procissão temática sobre os 110 anos da diocese. Em seguida, houve uma descrição histórica da caminhada evangelizadora, sacramental, pastoral, administrativa e missionária, feita pelo Reverendíssimo Padre Sérgio Roberto Monteiro, reitor do Seminário de Teologia e Administrador da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Itanhandu, que culminou com o hino do Te Deum Laudamos. Rendendo graças a Deus, pelas graças e bênçãos de Deus ao longo destes 110 anos de igreja diocesana, todos os presentes manifestaram a alegria de recordar e celebrar este grande marco eclesial.

A Celebração Eucarística transcorreu marcada pelo espírito orante que envolveu a todos e nobremente contemplada pelos belos cânticos entoados pelo coral da cidade de Três Pontas, sob a regência do Sr. Sandro. Na sua pregação, Dom Pedro recordou-nos a proximidade de Maria junto ao seu filho Jesus e sua importância para a vida da Igreja, destacando que a nossa diocese, que tem Nossa Senhora do Carmo como padroeira, está intimamente vinculada ao Senhor Jesus Cristo. Antes da bênção final, Monsenhor José Maria Araújo, enriqueceu-nos com um bonito testemunho sacerdotal.

 

Desde 1907,quando São Pio X, criou-nos como igreja diocesana, estamos caminhando na fé e fazendo acontecer a missão de povo de Deus com o compromisso de colaborar com Reino.

Texto por Padre Sérgio Roberto Monteiro – Reitor do Seminário de Teologia e Administrador da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição – Itanhandu

Fotos Por Bruno Henrique Santos – Paróquia Santo Antônio – Campanha/MG

Excelência Reverendíssima Dom Pedro Cunha Cruz, nosso bispo diocesano; que nos preside na caridade nesta veneranda e majestosa Catedral que está sob a custódia de Santo Antonio.
Excelência Reverendíssima Dom José Luiz Majela Delgado, arcebispo Metropolitano de Pouso Alegre, que juntamente com Dom Pedro, nosso pastor diocesano e Dom José Lanza Neto, bispo de Guaxupé, compõe a “augusta tríade episcopal”, que visibiliza a Igreja de Cristo que está no sul de Minas Gerais, realizando a missão de levar à todos a alegria do Evangelho!
Reverendíssimos presbíteros presentes, dedicados trabalhadores da messe do Senhor, meus irmãos no ministério, nos quais saúdo os ilustres cônegos do nosso cabido diocesano.
Estimadas religiosas, fiéis esposas do Amado, que com suas lâmpadas acesas diuturnamente fazem a oblação de suas vidas consagradas a Deus.
Caríssimos seminaristas, promessa e esperança do futuro sacerdotal alvissareiro para a Igreja.
Irmãos e irmãs na consagração batismal, expressão da beleza da nossa igreja diocesana que se vê enriquecida com a vida e missão de um laicato sempre operante, pois muito faz pelo Reino através de seus dons e carismas empenhados no labor pastoral!
A ocasião me pede palavras e coloca sobre os meus ombros o peso da responsabilidade de abrir as páginas da nossa mais que centenária Diocese, evocando nomes e lembranças, acontecimentos e fatos, reavivando a memória e confirmando o compromisso desta fecunda e bonita história do povo de Deus que aqui se faz representado por todas as caravanas que acorreram à esta celebração comemorativa.
Como é bom! Como é belo, ver esta santa assembléia reunida, nesta manhã risonha e fagueira do dia 09 de setembro, quando o motivo da nossa presença é a comemoração festiva dos 110 anos de criação da nossa igreja diocesana.
“Cor ad cor loquitur!” Sim, neste momento que antecede a Eucaristia, “o coração fala ao coração!” Este altar onde se atualizará o sacrifício de Cristo na cruz, será a extensão do Calvário que se perpetua no tempo. Nossa alegria de sermos Igreja será apresentada na patena junto com o pão e no cálice misturado ao vinho, que se tornarão o Corpo e Sangue do Senhor. Vida para o mundo e imorredoura memória do Cristo sempre presente no seio da Comunidade Cristã!
Aqui! Agora! No fugidio do tempo que será tocado pela eternidade podemos render graças ao bom e misericordioso Deus pela rica historia da fé que em expressões singelas passou diante dos nossos olhos, na procissão temática que acabou de acontecer.
Bendito seja Deus que plantou, fez florir e frutificar a sua Igreja neste rincão mineiro! 
Mas, também podemos justa e honrosamente dizer:
Bendito seja Deus que nos plantou, nos fez florir e frutificar em sua Igreja!
A Diocese da Campanha é puro dom de Deus para todos nós!
Lembremos o que somos!
Quis a Providência Divina nos gerar no tempo como igreja particular, quando a cátedra de Pedro era presidida por São Pio X, que no seu decreto pontifício, Spirituali Fidelium Bonum criou a diocese de Santo Antonio da Campanha, aos 08 de setembro de 1907. A notícia do grande acontecimento atravessou estas paragens sendo motivo de imensa alegria para todos, principalmente para os incansáveis campanhenses que tanto empenharam nesta nobre causa.  
Desde então sob a égide de venerandos pastores, esta porção do povo de Deus que está no sul das Gerais, vem sendo tangida, ao longo do arco do tempo, por homens de fé que muito contribuíram para alargar as fronteiras da seara de Cristo: a fidalguia de Dom Ferrão, o gigantismo de Dom Inocêncio, a santidade de Dom Othon, a fineza de Dom Tarcisio, a diligência de Dom Roque, a alegria de Dom Diamantino e a agora a fortaleza de Dom Pedro. Também fomos tutelados por administradores que acudiram a Sé Campanhense: as primícias da vida diocesana com a condução de Dom Nery, o serviço samaritano de Dom Antonio Miranda, o cuidado apostólico de Dom José D`Ângelo e o zelo pastoral de Dom Guilherme Porto. Cada um a seu tempo e a seu modo apascentou as ovelhas do rebanho do Bom Pastor, e no cumprimento do mandato divino, o báculo que sustentaram  nos garantiu Palavra e Sacramento! Santidade e doutrina! Benção e proteção! Vida e salvação! Pois sempre apontaram para o Cristo como fundamento da nossa fé e o verdadeiro centro da vida eclesial. Com eles fomos e somos Igreja!
Eles semearam com largueza, ainda que em meio a sacrifícios e ou até mesmo banhados as lágrimas, o que  agora colhemos com fartura, na alegria, na gratidão e no compromisso!
. Na aurora da nossa vida diocesana nasceu o Seminário que foi confiado à proteção de Nossa Senhora das Dores. Era preciso formar padres para garantir a vida espiritual das paróquias e responder às necessidades do povo de Deus.  Esta sementeira vocacional, que se desabrocha em generosa florada ao longo de mais de cem anos, sempre se ocupou na tecitura das fibras do coração sacerdotal dos que foram chamados para serem levitas do Senhor. É por isso que hoje as nossas 70 paróquias, distribuídas entre as 7 Foranias, podem contar com zelosos ministros do altar, dispensadores dos sacramentos e diletos colabores do bispo no anúncio do Evangelho e no amanho da vinha!
Muitas paróquias guardam nos anais da sua história saudosas lembranças de  sacerdotes ímpares, que no ofertório de suas vidas transmitiram a graça divina a tantos fiéis. Correndo o risco de ser parcial, e acabar pecando por deixar nos braços do  esquecimento muitos curas de alma,  peço desculpas por não citar nomes. Eles tombaram no tempo, mas erigiram a fé! Formaram comunidades, construíram igrejas, transmitiram valores humanos e cristãos que são luminares para muitas gerações.Todos estão lembrados no eterno presente da memória de Deus!
As congregações religiosas que aqui chegaram também muito contribuíram na forja de nossa feição eclesial. Presentes nos hospitais, nas escolas, nas creches, na pastoral ou na vida contemplativa, consagrados e consagradas, através de seus carismas, muito fizeram e continuam fazendo pelo bem de nossas paróquias. 
Os ares da reforma conciliar por aqui sopraram animando nossos bispos e sacerdotes a aplicarem  à nossa realidade eclesial as mudanças geradas nas entranhas da Mãe Igreja. A partir daí surgiram as pastorais que se assomaram às congregações e irmandades aqui existentes, exigindo de todos uma conversão de práticas e tomada de outros métodos para fazer acontecer o que sempre repetia nosso saudoso Monsenhor Domingos Prado da Fonseca citando um pensador católico: “novos tempos, novos homens, novos homens novos tempos!”
As quatro assembléias diocesanas de pastoral contribuíram para dar um norte às tantas modalidades de trabalho, que surgiram para bem atender as reais necessidades de nosso povo. O despertar de tantos ministérios e a formação do laicato  sempre foram marcas de nossa caminhada pastoral, construída na comunhão com nosso pastor diocesano, na fidelidade ao “bispo de Roma” e em sintonia com a Igreja no Brasil.
Os tantos movimentos e a presença das diversas associações também muito enriquecem a nossa vida eclesial, pois estão sempre construindo um caminho de unidade com as diversas forças vivas da diocese 
Não podemos esquecer alguns fatos eclesiais de grande envergadura para a nossa vida diocesana: a Semana Ruralista em 1950; o Congresso Eucarístico Diocesano, em 1955; o triênio preparatório e as festividades do nosso primeiro centenário em 2007; as Santas Missões Populares; a celebração do Ano Santo da Misericórdia mobilizando tantos peregrinos que acorreram até as portas santas erigidas em cada forania. 
A aprovação e aplicação do nosso diretório litúrgico sacramental e do plano administrativo diocesano nos garantem vanguardismo e zelo para com as coisas de Deus! A estes podemos acrescentar a criação e funcionamento do nosso Tribunal Eclesiástico, que vem garantindo o direito dos fiéis à uma vida santa.
Um especial destaque é que a Diocese da Campanha é uma terra de santos! Os hoje aureolados Beatos, Nhá Chica e Padre Victor, chegaram às honras dos altares, depois de terem suas virtudes oficialmente constadas e aprovadas pela Igreja. O que trouxe grande júbilo a todos nós que tivemos nossa identidade cristã construída aos pés destes venerandos irmãos na fé que muito nos edificam com suas vidas e testemunhos de caridade. Nossos bem aventurados de Baependi e Três Pontas, são anjos tutelares para a nossa igreja diocesana, que respira o bom perfume de Cristo, através das virtuosas obras que fizeram e das graças que continuam dispensando.
Nas sendas da santidade encontram-se também a serva de Deus, Madre Teresa Margarida e o servo de Deus Dom Othon Motta. A santidade de vida destes nossos irmãos que atingiram a maturidade na fé, não ficou reclusa aos graciosos jardins do Carmelo e transpôs as paredes de taipa desta vetusta catedral se misturando a de tantos outros que no ordinário do cotidiano viveram ou estão vivendo, de forma extraordinária, a sua vocação batismal de discípulos missionários de Jesus Cristo.
Temos a graça de celebrar, com letras áureas esta comemoração festiva dos 110 anos de identidade diocesana, quando a Igreja de Cristo que está no Brasil saúda sua padroeira que Aparecida nas redes dos pescadores, em 1717, no Rio Paraíba, é grande sinal de Deus na pequena imagem da Senhora da Conceição.
Assim, como o nosso país, de dimensão continental, está sob a proteção da Beatíssima Virgem Maria, nosso torrão diocesano também é dedicado a Mãe do Salvador. O divino escapulário da Senhora do Carmo é o escudo que nos protege e nos faz sermos uma igreja em saída, sempre fiel aos ensinamentos de Jesus.
A diocese da Campanha na expressão de alguém é o “lugar onde Deus pôs as mãos e esqueceu de tirar”. Os nossos limites diocesanos que se estendem desde a imperiosa Mantiqueira, desenhada pelas mãos do Criador até o Largo de Furnas, engenhado pela mente do homem, emolduram este espaço geográfico privilegiado, que é nossa terra de missão. As riquezas naturais favorecem o espírito empreendedor que está gravado na têmpera de homens e mulheres que são incansáveis na faina diária. Entre montanhas azuis e vales verdejantes, seja entre colinas suaves ou junto as águas plácidas, avizinhando de pastagens generosas ou de cafezais frondosos, a identidade católica do nosso povo diocesano se revela nos povoados e vilarejos, nas pequenas ou poucas grandes cidades, onde a fé chegou junto com os passos dos primeiros moradores. Nossa terra diocesana, que está sob o signo da cruz, tem raízes rurais e tem costumes urbanos que são traduzidos no nosso jeito de ser.
Nesta data comemorativa evocamos a virtude da Santa Cruz sobre o povo brasileiro que encontra-se em uma encruzilhada de desencantos e incertezas, rezando para que não nos roubem a esperança, âncora da vida que nos aporta no coração de Deus.
A partir desta memória histórica que nos fez contemplar o passado cheio de glórias e realizações; que nos motiva a viver bem o presente, com seus desafios e contradições  e nos projeta para o futuro , que é o horizonte onde mora a utopia do Reino, convido todos a voltarmos nossos olhares para a epígrafe paulina que muito bem se destaca acima do nosso altar: “Ao Rei dos séculos imortal e invisível, honra e glória pelos séculos dos séculos amém! E assim,  agradecidos a Deus pelas maravilhas realizadas , em favor do seu povo, nesta  Igreja Diocesana, entoemos todos juntos, de pé, com santa alegria o hino do Te Deum Laudamus.
Por tudo, Deus seja louvado!
 
Padre Sérgio Roberto Monteiro
Reitor do Seminário de Teologia 
e
Administrador da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição – Itanhandu

 

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