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2018: um ano para formar a identidade e reforçar a consciência missionária dos leigos

2018: um ano para formar a identidade e reforçar a consciência missionária dos leigos

foto2018No último dia 26 de novembro toda a Igreja no Brasil deu início ao Ano Nacional do Laicato, em comemoração dos 30 anos da Exortação Apostólica Christifidelis Laici (Os fiéis cristãos leigos), publicada pelo Papa João Paulo II em 30 de dezembro de 1988. Depois do Decreto sobre a Ação Apostólica dos Leigos do Concílio Vaticano II, Apostolicam Actuositatem, a Christifidelis Laici foi o primeiro documento papal a tratar da identidade e da missão destes que compõe a maioria do Povo de Deus, donde lhes vem a designação “leigos(as)”: membro do Povo de Deus.

Seguindo estas pegadas, a Igreja no Brasil atualizou para a nossa realidade o ensino magisterial por meio do documento 62 da CNBB, “Missão e Ministérios dos cristãos leigos e leigas”, publicado pela 37ª Assembléia Geral da CNBB, de abril de 1999. Recentemente, passados mais de 15 anos, a mesma Conferência Episcopal publicou um novo documento, ampliando e atualizando, conforme o magistério eclesial, a compreensão do papel do leigo e da leiga na missão da Igreja que se realiza em meio à sociedade brasileira, tão carente do fermento do evangelho e da luz de Cristo. Estamos falando do documento 105 da CNBB, aprovado pela 54ª Assembléia Geral, em maio de 2016 que traz como título: Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da terra e luz do mundo (Mt 5, 13-14).

O Documento 105 está dividido em 3 capítulos. O 1º, entitulado “O Cristão Leigo, Sujeito na Igreja e no Mundo: esperanças e angústias”, trata da descoberta da vocação e missão do cristão leigo e leiga na Igreja e na Sociedade. O 2º, “Sujeito Eclesial: Discípulos Missionários e Cidadãos do Mundo”, trata da compreensão da identidade e da dignidade laical como sujeito eclesial e identifica a atuação dos leigos, considerando a diversidade de carismas, serviços e ministérios na Igreja. O 3º e mais longo, “A Ação Transformadora na Igreja e no Mundo”, aborda a dimensão missionária da Igreja e indica aspectos, princípios e critérios de formação do laicato, e aponta ainda lugares específicos da ação dos leigos. A conclusão retoma 9 aspectos importantes encontrados no documento.

O Ano Nacional do Laicato, mais do que comemorativo pretende ser formativo. Seu principal obejtivo é o investimento na formação da identidade e da consciência da missão dos cristãos leigos e leigas no âmbito eclesial (ad intra) e na sociedade brasileira (ad extra).

É hora de nós, pastores do Povo de Deus, oferecemos oportunidades múltiplas e variadas para a formação do laicato, mas é hora também de cada leigo e leiga de nossas comunidades rever a própria caminhada, questionar-se e investir tempo e dedicação na sua própria formação, acolhendo as oportunidades oferecidas, ainda que para isto enha que vencer o comodismo que grassa entre nós participando, participando dos muitos cursos oferecidos pela paróquia e diocese, dedicando-se à leitura do Documento 105 e tantos outros materias bons e sérios que existem ao nosso alcance.

É hora de mudar certas posturas que vão se tornando cultura em nosso meio. Por exemplo, dizem por aí que se o padre não fala, a coisa não acontece. Não pode ser assim. A palavra do padre é deveras importante, mas há tantos bons leigos e leigas, homens e mulheres de palavra, homens e mulheres da Palavra, que merecem ser ouvidos e atendidos quando motivam  nossas comunidades na construção do Reino de Deus. Outra delas é a pergunta costumeira: mas o padre vai? Se o padre não for eu não vou. Como é importante a presença do padre na comunidade, nos encontros e reuniões de pastoral, mas pobre do padre, ele não consegue estar em tudo. Precisamos reconhecer nossas lideranças leigas como enviadas por Deus, pelo batismo e capazer de conduzir nossas pastorais, movimentos, associações, em comunhão com o padre, mas nunca na dependência do padre. Vocês leigos e leigas são a maioria no Povo de Deus. Nós padres somos a minoria. Vocês conseguem chegar onde nós nunca pisaremos. Por isso, é preciso que vocês se sintam, como o documento 105 afirma, sujeitos plenos da Igreja para que onde vocês estiverem aí esteja a Igreja e não seja preciso para isto chamar o padre ou o bispo. Todos nós batizados somos Igreja e devemos agir como tal, espalhando no mundo o bom odor de Cristo, temperando a sociedade como sal do seu Evangelho e iluminando o mundo com a luz do seu Espírito.

Em nossas sete foranias, este ano, vamos nos dedicar ao estudo deste documento. E no encerramento do Ano do Laicato, na Solenidade de Cristo Rei, dia 25 de novembro, faremos uma grande Romaria dos Leigos e Leigas de nossa diocese ao Santuário da nossa beata leiga, Nhá Chica.

 

Pe. Jean Poul Hansen

Coordenador Diocesano de Pastoral e

Pároco de Careaçu / MG

 

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