Os seminaristas da Etapa Discipular do Seminário Diocesano Nossa Senhora das Dores estiveram em retiro de 16 a 18 de fevereiro, no Mosteiro Cisterciense Nossa Senhora do Divino Espírito Santo de Claraval, na cidade de Claraval – MG, localizada no território da Diocese de Guaxupé, em preparação para o ano formativo de 2024. O tema proposto foi “Eis que deixamos tudo e te seguimos” (Mc 10, 28), sendo orientado pelo Pe. Marcos Tiago da Silva, reitor dos seminários de teologia e filosofia da Diocese de Luz e presidente da OSIB (Organização dos Seminários e Institutos do Brasil).
O retiro teve início com a Santa Missa presidida pelo Pe. Marcos, já com exortações a respeito do discipulado de Jesus e como aquele que deixa tudo para segui-lo poderia aproveitar aquele tempo de meditação e oração. Em sua primeira colocação ““O hoje da minha vida” – A dimensão pessoal daquele que é chamado (Gn 3, 8-24)” foi proposta a meditação acerca do desejo divino em continuar chamando pessoas para a construção do Reino de Deus, tendo a necessidade da intimidade para conseguir bem discernir a voz do Bom Pastor das vozes restantes, com uma vida orientada para as belas virtudes, sem as ofuscações das misérias terrenas. O objetivo foi inserir os seminaristas de fato num ambiente de reflexão e oração, para que discernissem os propósitos de estarem a serviço do reino e também das graças necessárias para bem servi-lo.
No sábado, a manhã foi direcionada pela proposição “A dimensão crística do chamado e da resposta (Fl 2, 5-11)” que trouxe a consciência de que Deus é quem chama, mesmo com todas as influências exteriores, sendo necessária uma resposta pessoal, mas não personalística, como o Pe. Marcos afirmou, já que o verdadeiro discípulo traz consigo os traços de Jesus Cristo – servo, sacerdote e pastor. Com uma postura reta no caminho de discipulado, o candidato ao sacerdócio consegue estar íntegro para ser moldado pelas mãos do oleiro, sendo visualizado como sacrário de Cristo, ou seja, como a presença do verdadeiro filho de Deus.
Na parte da tarde, numa peregrinação linear de pensamentos que construíram o tema geral proposto, foi meditado sobre “”as riquezas que ofuscam o encontro com o Senhor” – comunhão parcial x comunhão plena (Mt 19, 16-22)” em que os seminaristas foram inclinados a pensar sobre uma aderência verdadeira aos conselhos evangélicos (pobreza, castidade e obediência) tendo sempre em mente um coração indiviso, para assumir a vivência de Santo Inácio, que se prostrou diante da indiferença, já que, se for para Deus, tanto faz o lugar, a ocasião e o tempo – uma postura de abandono de si para o mergulho em águas mais profundas. O comportamento de Santo Inácio foi reforçado pela passagem do jovem rico (Mt 19, 16-22) que negou entrar no reino de Deus porque media seu caminhar em seus próprios esforços, sem assumir a postura da entrega total para estar na vida eterna.
A última colocação foi feita no domingo, pela manhã, com a questão “”o que havemos de fazer para realizar as obras de Deus?”” em que foi meditado acerca da totalidade do candidato em entregar-se ao Senhor, sendo constante nos exercícios espirituais para que consiga entender as afeições desordenadas e assim peregrinar no bom caminho. Com a postura reta, há o esclarecimento da atitude ideal e o discernimento do mal e do bem, sendo um eterno tempo de purificação, iluminação e experiência mística.
Nos três dias de retiro, os seminaristas estiveram imersos na rotina dos monges, assumindo a atitude do silêncio, da contemplação e da caridade, que favoreceu as meditações e encaminhou-os numa resposta mais sincera em suas vocações. O retiro finalizou com a Santa Missa, presidida pelo Pe. Marcos Tiago.
Rafael Augusto de Paula – Seminarista do 1º ano da Etapa Discipular
Fotos: Seminário Diocesano N. Sra. das Dores











