A quarta-feira de cinzas marca o início da Quaresma, que são os 40 dias que precedem a Páscoa do Senhor. Jesus, ao passar pelas águas do Jordão, foi conduzido pelo Espírito ao deserto. Por 40 dias, reviveu, na sua experiência, os quarenta anos do povo de Deus no deserto, como Moisés, que passou 40 dias no Sinai, ou Elias em sues 40 dias no Horeb, ou ainda Jonas em seus 40 dias em Nínive.
Em sua homilia, D. Pedro Cunha destacou a Quaresma como um grande percurso espiritual que é proposto a todo cristão; ressaltou a importância do deserto como um lugar onde cada um de nós se encontra com Jesus Cristo. Também meditou a questão da misericórdia: colocou a misericórdia como uma “fraqueza” de Deus para com o homem, pois Deus está sempre pronto a perdoar e a acolher o arrependido. “Por isso eu gosto sempre de trabalhar a relação entre a reconciliação e a penitência. A reconciliação significa a iniciativa do amor de Deus, sem precisar do homem, vai ao encontro do homem, toca a realidade do homem, e mostra o quanto ele precisa ser transformado. Todos nós somos chamados, vocacionados à santidade de vida”. Também refletiu a mensagem do papa Francisco para a Quaresma, lembrando exemplo que o santo padre menciona: até os mais ricos podem ser muito pobres e vice-versa.
Ao fim da celebração, o vigário paroquial e reitor do Seminário Propedêutico São Pio X, pe. Edson Pereira de Oliveira instruiu os fieis acerca de como vivenciar as práticas quaresmais. Indicou aos fieis que façam o jejum durante esse tempo, se abstendo de alguma coisa que goste. “Com isso, você vai ter uma pequena economia! E esse dinheirinho que você ajuntou durante a quaresma, fruto do seu jejum, você oferta no Domingo de Ramos, quando fazemos a coleta para a Campanha da Fraternidade”. E ressaltou a importância da oração pessoal e coletiva durante este tempo.
A quarta-feira de cinzas marca também o início da Campanha da Fraternidade. Este ano, a campanha é ecumênica, promovida pelo CONIC, Conselho Nacional de Igrejas Cristas. De tempos em tempos a Igreja tem promovido essa experiência de ecumenismo. O foco deste ano é o saneamento básico e a CF tem como tema: Casa comum, nossa responsabilidade. E o lema foi retirado do profeta Amós: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24).
Reportagem e fotos: Pascom/Catedral Santo Antônio