Trabalho digno é nosso direito, lutar por ele é nosso dever!
As trabalhadoras e os trabalhadores sempre tiveram formas de se organizar durante a história. E o dia do trabalho surgiu da luta por condições dignas para todos os trabalhadores, e se intensificou com as consequências dessa luta. É fato que hoje muitos querem distorcer o sentido desse dia, mas não podemos deixar, esquecer e nem perder essa memória. Nenhum povo venceu a opressão sem organização. E a Pastoral Operária é um meio de trabalhadores(as) se organizarem, partilhar a vida, e lutar juntos por seus direitos.
Assim aconteceu nesse dia 07 de maio, na cidade de Ilicínea, no sul de Minas, a 27ª. Romaria do trabalhador(a). Na presença dos trabalhadores(as) em torno da mesa do café partilhava-se as conquistas do homem e da mulher no campo e na cidade. Em seguida foi apresentado o novo assessor da CEB´s (Comunidades Eclesiais de Base), Pe. Joaquim José Soares.
Pe Luciano Tadeu de Oliveira, o pároco, muito trabalhou com sua equipe para que lá acontecesse a esperada romaria. Ao longo da caminhada pelas ruas da cidade de Ilicínea romeiros cantaram e refletiram o dilema do trabalho, que tornou-se um desafio. “O avanço tecnológico possibilitou também um avançar do capital sobre o trabalho. Com isso, gera desemprego, precariza condições de trabalho, e o enfraquecimento dos direitos trabalhistas. Diante disso vivemos tempos de retrocessos de direitos não somente na área trabalhista.”(Cf. Pastoral Operária Nacional – livreto 1 de maio de 2017)
Diante da dignidade do trabalho fragilizada, não podemos perder de vista a utopia da igualdade, da dignidade , que o evangelho nos propõe. E desde o princípio Deus determina que “é pelo trabalho que tirarás com que alimentar-te todos os dias da vida” (Gn 3,17).
O Papa Francisco, na Encíclica Laudato Si, nos alerta para uma outra economia, outro modelo de sociedade baseado na descentralização das riquezas e no cuidado da casa comum: “Para se conseguir continuar a dar emprego, é indispensável promover uma economia que favoreça a diversificação produtiva e a criatividade empresarial. (…) Ás vezes, para que haja uma liberdade econômica da qual todos realmente beneficiem, pode ser necessário por limites àqueles que detém maior recurso e poder financeiro” (LS, no. 129).
D. Pedro Cunha Cruz, nosso bispo diocesano presidiu na Igreja Matriz de Nossa Senhora Aparecida a celebração eucarística, conclusiva dessa 27ª. Romaria do Trabalhador(a). Somos levados a refletir sobre o trabalho digno, sobre o sujeito humano desempregado, dos que sofrem acidentes, dos que perdem seus direitos trabalhistas, dos que pagam a conta. Por isso é necessário se organizar para que haja mudanças positivas em vista da construção de um mundo melhor, com garantia de direitos de vida. Devemos construir “pontes” entre as pessoas. Encerramos esse dia celebrativo dos trabalhadores(as) em torno da mesa da partilha.
Padre André Luís da Cruz