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Quinta-feira Santa: Jesus nos dá a Eucarista e o seu Novo Mandamento

Quinta-feira Santa: Jesus nos dá a Eucarista e o seu Novo Mandamento

 

            Foto-20Uma das celebrações mais concorridas da Semana Santa em Campanha é a missa de quinta-feira a noite. É o início do Tríduo Pascal, ápice de toda vida litúrgica dos católicos. Na paróquia Santo Antônio, sé diocesana, a celebração este ano foi presidida pelo bispo D. Pedro Cunha Cruz e co-celebrada pelo pároco Pe. Luzair Coelho de Abreu. E contou com a participação de todos os Ministros da Comunhão e dos membros da Irmandade do Santíssimo Sacramento.

          Dentro da história da Igreja o rito do Lava-Pés, que imita o gesto de Jesus, já era realizado em Jerusalém nos meados do século V. Depois, esse costume se propagou para o Oriente e Ocidente. Mas foi só com a reforma do missal romano, em 1970, que ele tornou-se obrigatório em todas as celebrações da Ceia do Senhor, constituindo parte integrante do gesto de doação de Jesus, ato a ser recordado e atualizado em todas as comunidades. Há alguns anos a paróquia de Campanha, no intuito de dar um sentido real ao gesto, convida membros da sociedade, que desenvolvem algum tipo de trabalho profissional ligado ao tema da Campanha da Fraternidade proposta. Esse ano, com o tema: “Casa comum, nossa responsabilidade”, e o lema, “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5.24),foram convidados funcionários da Limpeza Pública, da Vigilância Sanitária e Epidemiológica, Professores de Geografia e Biologia, da Companhia de Abastecimento e dos PSFs.

          A profa. Vera Cristina Bellato, declarou-se muito emocionada em ser chamada para o Lava-Pés. “Ao lavar meu pé, pedi a Jesus que me lavasse por inteiro pois meu coração pedia isso”. A profa. Maria Aparecida Muniz, disse que o tema é muito propício para a situação do país. E completou: “Que Deus nos ilumine para que consigamos mostrar aos nossos alunos que ética, moral e conscientização de cuidar da nossa casa comum. Pensar global e fazer local. Temos a responsabilidade como educadores de conscientizar nossos alunos que não há outro planeta para vivermos”. Outra professora que também teve seus pés lavados foi a profa. Helen Bacha de Freitas Arantes. “Como professora procuro conscientizar meus alunos, em sintonia com a Carta Encíclica Laudato Si, do papa Francisco”. Disse também que, para ela foi uma honra “imerecida” participar; e ressaltou a alegria de poder estar perto de nosso pastor. A Enfermeira Amanda Borges Lemes, elogiou a organização da celebração e disse não ter palavras para explicar a bênção que foi ter os pés lavados por D. Pedro.

          As leituras da celebração têm um aspecto muito didático, pois é muito fácil para os fieis perceberem o tema de cada uma delas. A primeira leitura recorda a Páscoa judaica (Ex12, 1-8.11-14); já a segunda leitura conta-nos o relato mais antigo da narrativa da Eucaristia, no relato de Paulo aos Coríntios (1Cor  11, 23-26). E o Evangelho relata a cena do Lava-Pés dos apóstolos (Jo 13, 1-5).

          D. Pedro Cunha, em sua homila, iniciou fazendo uma catequese com os fiéis, falando da importância do Tríduo Pascal que se inicia e explicando cada uma das leituras da missa.

          “Portanto, a Eucaristia, que é o sacramento augusto que nós celebramos, por isso nós vamos expressar no dia de hoje, não só o nosso agradecimento a Deus pela instituição da Eucaristia, e com ela o ministério sacerdotal, como também nós vamos nos dirigir, antes de sairmos desta Catedral, em alguns minutos, alguns instantes de silêncio, de recolhimento na Capela do Santíssimo. Nós vamos agradecer a Deus por ter instituído esse sacramento em nossa Igreja, em alguns instantes de silêncio e adoração, expressar que nós acreditamos que verdadeiramente Ele está presente naquela espécie eucarística, que é o centro, que é o ápice de toda a nossa vida.”

          Junto com a instituição da Eucaristia, Aquele que foi chamado de Mestre e Senhor, curva-se e lava os pés de seus apóstolos. Nesse gesto, Jesus pratica a lógica da contradição: como é possível o mestre e o senhor lavar os pés de alguém? “Isso é um sinal profundo de amor e doação, […] um sinal de humildade”. Citando o papa Francisco, em sua homilia no ano passado, D. Pedro comentou que o lava pés, no tempo de Jesus, era feito por escravos e/ou pelos servos. Era o modo de receber bem o visitante que chegava com as impurezas do solo.

          “A Eucaristia é o sacramento do amor. Por isso nós temos que nos nutrir dessa eucaristia, desse sacramento, viver amando até quando o Senhor voltar. Que ele possa nos encontrar assim: firmes na fé e amando. Jesus portanto, se dá como alimento, Ele é o sacramento, o sinal do amor. Todo gesto de amor nosso decorre desse sacramento, desse alimento espiritual que nós adoramos, e que nós dependemos. O que é um cristão sem a missa? Um cristão desfalecido, desalmado, sem identidade, sem vigor. Portanto, nós não devemos viver assim. […] E se muitas vezes somos inclinados ou tentados a não amar, pelo contrário, a rejeitar, a desprezar o outro, somos então fortalecidos na Eucaristia, pensando também naquele gesto que o Papa Francisco fez hoje, ao lavar os pés de 12 refugiados, em um abrigo em uma cidade para refugiados de diversos países que estão vivendo o drama do terrorismo e do fundamentalismo. É um gesto de amor!”

          Ao final da celebração, formou-se procissão para a Capela do Santíssimo. Durante o translado do Santíssimo Sacramento, o Coral Campanhense entoou o tradicional canto sacro “PangeLingua”: Pange, língua, gloriosi / Coporismysterium / Sanguinisquepretiosi, Quem in mundipretium / Fructusventrisgenerosi / Rexeffudit gentium (Canta, minha língua este mistério do corpo glorioso, e do sangue precioso, que, do fruto de um ventre generoso o rei das naçãoes derramou como preço da redenção do mundo”.

          Nesta celebração não há bênção final. Após oração silenciosa na Capela, D. Pedro e equipe celebrativa dirigiram-se para a sacristia, enquanto a Irmandade do Santíssimo Sacramento desnudava os altares. 

          Logo após a missa, D. Pedro concedeu entrevista à equipe da PASCOM/Campanha:

 

Fonte: Pascom/Campanha

 

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