Na manhã de sábado (29), os padres e diáconos da Diocese da Campanha/MG com seu bispo Dom Pedro Cunha Cruz, estiveram reunidos no Seminário Diocesano Nossa Senhora das Dores para uma formação sobre a Presidência Eucarística com o bispo emérito de Livramento de Nossa Senhora/BA, e ex-presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia na CNBB, Dom Armando Bucciol, tendo como embasamento a Carta Apostólica Desiderio Desideravi – publicada no dia 29 de junho, em Roma, pelo Papa Francisco, e a nova Instrução Geral do Missal Romano.
Em sua introdução, Dom Armando destacou que presidir uma celebração litúrgica é, antes de tudo, uma questão de fé; mas exige cuidados e competências, de tal forma que se pode afirmar que também é uma questão de arte. Por isso, fala-se da arte de presidir ou, mais em geral, da arte de celebrar que se aprende aos poucos. Afirmou ele: “cada gesto e cada palavra das celebrações, expressos com ‘arte’, forma a personalidade cristã de cada um e da comunidade”.
Em seguida, elucidou a importância da formação litúrgica, ressaltando que para uma formação verdadeira é preciso que o presbítero se alimente à escola da espiritualidade litúrgica, caminho feito de estudo e experiência tornando-se assim verdadeiro educador do povo; enfatizou o perigo do clérigo perder o autêntico espírito da presidência litúrgica por diversas causas, e sobre isso ponderou: “Só a fé pode dar sabor e ardor ao exercício da presidência litúrgica. A identidade de um ministro da Igreja é revelada quando ele é capaz de ‘se perder’, doando sua vida no serviço aos irmãos, como Jesus”; e reiterou que o ministro que ama e serve no estilo de Jesus viverá a presidência da Eucaristia qual momento alto da sua fé e de seu serviço contagiando o seu povo.
Segundo o bispo emérito: “Presidir a Eucaristia é graça; é se aproximar do fogo de Deus, como aconteceu com Moisés e Elias; comporta ficar face a face com o Senhor, mergulhando no seu amor. Quem preside qualquer celebração deve ter experiência do estilo do agir de Deus no coração dos discípulos. Por isso, é preciso o olhar fixo em Jesus (Hb 12,1-2), na espera da plena contemplação. A Eucaristia ensina a alimentar a esperança através das frequentes invocações: ‘Vem Senhor Jesus, até que Ele venha.’ Quem vive da liturgia, aprende, também, como viver relações humanas autênticas e profundas.” E, apresentou algumas sugestões práticas referentes à arte da presidência, mas lembrou que não basta habilidades técnicas, e sim competência teológica e consciência do valor salvífico daquilo que se celebra, por isso salientou: é necessário presidir com dignidade e humildade, ou seja, celebrar com calma, com serenidade e com alegria. Também enfatizou sobre quando se exerce o ministério da presidência e as intervenções próprias do presidente.
Dom Armando encerrou com maestria a formação com uma explanação bíblico-teológica acerca do Missal Romano, livro da oração da Igreja, e sobre a espiritualidade da Oração Eucarística.
Por fim, saímos enriquecidos desta formação e com a certeza de que presidir é graça e serviço de amor; é fonte de santificação, pois quem preside é, por vocação, educador dos irmãos na fé eclesial, e é escola de oração. Aquele que preside, ponderou o bispo: “não pode caminhar isolado, mas deve marcar o passo com o ritmo de sua comunidade, ficando à frente, apontando caminhos e os procurando junto com a Comunidade, ele deve celebrar com e para a Assembleia, numa relação de simpatia e empatia, com alegria e gratidão, porque está prestando um serviço que é dom!”
Após a formação, o clero, juntamente com os bispos confraternizaram-se num almoço. Agradecemos a Dom Armando Bucciol pela valiosa formação/reflexão e presença em nossa Diocese, bem como louvamos a Deus pela sua vida e vocação.
Pe. João Paulo Gonçalves de Carvalho – assessor da Pascom diocesana