Nas orações do Santo Cura d’Ars encontramos a prece – “O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus”. Esta tocante afirmação permite-nos, inicialmente, evocar com ternura e gratidão o dom imenso que são os sacerdotes não só para a Igreja, mas também para a própria humanidade. Os presbíteros que propõem, humildemente e quotidianamente, aos fiéis cristãos e ao mundo inteiro as palavras e os gestos de Cristo, procurando aderir a Ele com os pensamentos, a vontade, os sentimentos e o estilo de toda a sua existência. São eles homens da Palavra e Presença de Deus. Assim, na manhã deste sábado (15), nossa centenária Diocese da Campanha/MG que vai dos contrafortes da Mantiqueira ao lago de Furnas ganhou mais três novos presbíteros: Pe. Bruno Augusto Morais Xavier (Humilitas, Beato João Paulo I), Pe. Ezequiel Messias Silva (Para curar os corações feridos, Is 61,1) e Pe. Maycon Lucas dos Santos (Se não faço as obras de meu Pai, não acrediteis em mim, Jo 10,37), numa solene celebração eucarística com a presença de muitos padres e fieis, presidida por Dom Pedro Cunha Cruz, Bispo diocesano, na Sé campanhense – Catedral de Santo Antônio. Nesta ocasião, Dom Pedro expressou a alegria de ordenar sacerdotes para a Igreja de Cristo, de forma especial para o Bispo que sente fortemente a sua paternidade espiritual gerando colaboradores estreitos à ordem episcopal.
Ao explicar a leitura do profeta Isaías, capítulo 61, Dom Pedro salientou que diante da insegurança que faz parte da manifestação humana perante a grandeza do chamado divino, Deus vai dando firmeza e consolidando a resposta vocacional. Também enfatizou que o sacerdote precisa sempre portar a alegria, pois ao ser ungido pelo óleo da alegria o padre precisa viver o ministério alegremente, a fim de que atraia as pessoas para Cristo Jesus e reiterou “Ser alegre é também a porta de abertura ao processo de evangelização, quando nós pastoreamos com muita unção”.
Citando o decreto sobre o ministério e a vida do sacerdote, Presbyterorum Ordinis, o Bispo afirmou que o presbítero não pode perder a consciência da sua identidade e missão. Para isso, o padre precisa ser o homem da oração, isto é, ser sinal de Cristo Pastor no meio do seu povo, colocando diante dos olhos dos fieis a excelência do sacerdócio que tem como centralidade Cristo e seu anúncio, e não um sentido vaidoso e legalista. E, ao citar o Papa Francisco, homilia da Missa Crismal de 2018, ressaltou que “Não podemos confiar em nossas próprias forças, quem assim o faz não terá um itinerário exitoso”, ou seja, “reconheçamos a nossa fragilidade sim, mas deixemos que Jesus a transforme e nos projete sempre mais, de novo, à missão”, e pediu que os novos sacerdotes não se isolem do povo de Deus e mais ainda dos presbíteros e das comunidades.
Dom Pedro afirmou também que o sacerdote precisa ter um olhar profundo, para que não caia na superficialidade e banalidade que o mundo oferece, “Sem uma espiritualidade e mística não conseguimos viver em Cristo e nem para Cristo”. Ao dizer sobre as crises que o mundo, bem como os sacerdotes atravessam hoje, assegurou: “As crises precisam nos voltar para Deus, para sermos mais humanos e espirituais”, e pediu aos novos sacerdotes, bem como a todos presentes: “coloquemo-nos diante de Deus com a totalidade do que somos”, pois, “todas as feridas têm curas e regeneração com o remédio que vem de alto”.
Por fim, Dom Pedro pediu que os novos presbíteros marcados pela humildade, compaixão e disponibilidade, três palavras que traduzem os lemas trazidos por eles, nutram uma saudável devoção à Virgem Maria, a Senhora do Carmo, Mãe do Sumo Sacerdote e Mãe de todos os sacerdotes, que sempre nos ajuda a jamais desviar o olhar de seu Filho Jesus.
Rezemos, portanto, agradecendo ao Senhor da Messe e Pastor do rebanho por estes nosso irmãos que foram ordenados presbíteros, mas peçamos que surjam, cada vez mais, santas e frutuosas vocações a nossa Igreja Particular da Campanha, isto é, que mais jovens disponíveis e destemidos, possam se deitar para a entrega de sua pobre humanidade, e se levantarem fortalecidos da humildade sacerdotal.
Santa Mãe de Deus confiamos estes nossos irmãos a vossa proteção, não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-os sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.
Pe. João Paulo G. de Carvalho – Departamento diocesano de Comunicação
Fotos: Pascom Diocesana