O Espírito Santo e a missão confiada à Igreja

Braso D. PedroCom a promessa e cumprimento do envio do Espírito Santo, no grandioso evento de Pentecostes, ocorre a identificação da Igreja com Jesus e desvela-se a sua própria identidade. O Espírito Santo não só opera a ministerialidade da Igreja, como também permanece nela e em seus discípulos. É nesta presença do Espírito que começa a história da Igreja. O Mistério Pascal de Cristo penetra em nossos corações pelo seu Espírito. Como a ressurreição é o fundamento de Pentecostes, assim Pentecostes é a universalização da confissão e anúncio Pascal. O Espírito do Ressuscitado abre nossas mentes para levarmos a todos a mensagem da ressurreição de Cristo. A promessa que Jesus fizera aos seus discípulos de que não os deixaria sós se cumpre com o envio do Espírito Santo.

O Evangelho de João (20, 19 – 23) destaca o itinerário da fé e da missão dos discípulos. O Senhor é reconhecido pelos discípulos e, assim, Ele lhes confia a missão. O Cristo que aparece aos discípulos é o mesmo Jesus que anunciou o Reino e foi pregado na cruz. O Senhor ressuscitado é um ser real e inaugura para nós uma “nova era” ou, como cantamos no curso do Tempo Pascal, uma “nova era foi inaugurada. Nós fomos salvos para sempre”. A aparição do Senhor supera todo medo e torna possível a paz. A paz e a alegria são os dons do Ressuscitado. A paz é o primeiro fruto do Espírito Santo e o sinal forte da vitória sobre o pecado e a morte. A Alegria é característica dos tempos messiânicos.

Depois de oferecer a paz, o Senhor ressuscitado doa o Espírito Santo com um sopro: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,22). Com isso, os discípulos não só recebem o Espírito Santo, mas recebem de Jesus uma missão; “como o Pai me enviou, também eu vos envio” (Jo 20,21). Portanto, o dom do Espírito e a missão são inseparáveis. Jesus envia os discípulos a todos os povos, até à extremidade da terra. A missão dos discípulos é a continuidade daquela que Jesus recebeu do Pai. Ela encontra sua raiz e seu modelo na própria missão de Cristo. É somente em comunhão com o Senhor e guiados pelo Espírito, que os discípulos estarão prontos para a missão e poderão perdoar os pecados: “a quem perdoardes os pecados, serão perdoados” (Jo 20,23). O perdão é a prova de que o Espírito Santo enviado opera na Igreja e no mundo. O novo homem recriado pelo sopro do Espírito deve ser o sinal e instrumento de reconciliação da humanidade com Deus. É o Espírito Santo que nos capacita ao anúncio eficaz da Palavra de Deus a todos, sem distinção.

Por fim, na sua essência, “a Igreja é missionária. Não podemos guardar para nós as palavras de vida eterna que recebemos no encontro com Jesus Cristo: são para todos, para cada homem. Cada pessoa do nosso tempo tem necessidade deste anúncio” (Verbum Domini,91). Portanto, é necessário revigorar na Igreja a consciência missionária, que sempre esteve presente nela, desde a sua origem. Cabe a cada um de nós, se deixar guiar por este Espírito, na memória do Pentecostes, e participar da missão de Cristo. Viver um autêntico Pentecostes é, na verdade, descobrir a urgência e a beleza de anunciar a Palavra para que o Reino aconteça. A unidade do Espírito Santo agindo na diversidade de dons e carismas, incrementa o ardor missionário como sinal de uma comunidade eclesial amadurecida. Vamos ao encontro de todos como batizados e enviados.

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