“SEREIS MINHAS TESTEMUNHAS”: CONGRESSO MISSIONÁRIO NACIONAL DE SEMINARISTAS É REALIZADO EM JOÃO PESSOA-PB

capaNa “terra onde o sol nasce primeiro”, a cidade mais oriental das américas, João Pessoa-PB, aconteceu na última semana o Quarto Congresso Missionário Nacional de Seminaristas (COMINSE). Mais de 300 seminaristas, além de bispos, padres, religiosos (as) e leigos (as), estiveram presentes e refletiram sobre o tema “Missão ‘ad gentes’ na formação dos seminaristas”, iluminado pelo versículo bíblico “Sereis minhas testemunhas até os confins da terra” (At 1, 8).

Ao longo dos dias, os presentes viram a importância de que os futuros presbíteros sejam formados para serem verdadeiras testemunhas de Jesus onde estiverem, seja nas suas próprias dioceses, seja nos lugares onde precisarem exercer sua missão. Isso requer uma autêntica espiritualidade missionária, marcada pelo desprendimento, docilidade ao Espírito Santo, saída de si, abertura para as necessidades da Igreja e espírito sinodal.

Com efeito, considerou-se que se faz necessário assumir decididamente a “missão” como paradigma da vida eclesial e da vocação de cada seguidor de Jesus Cristo, sem reduzi-la a ações e programas localizados e temporários. Desse modo, a missão deve ser entendida como uma realidade muito simples e, ao mesmo, tempo desafiadora. Como afirmou Pe. Dinh Hnue Nguyen (Secretário Geral da Pontifícia União Missionária em Roma), a missão é mais simples e natural do que se pensa, porque significa, em síntese, dar testemunho de Cristo. Formar-se e preparar-se para a missão significa, pois, colocar-se a caminho, tornando-se cada dia mais cheio de Jesus Cristo, a partir de uma abertura radical ao Espírito Santo, para testemunhá-lo no mundo.

A formação presbiteral deve, nesse sentido, ser o processo em que o seminarista se coloca como discípulo de Jesus para ser encher-se do seu Espírito e ser testemunha dele em todos os lugares onde estiver. “Cheio de Jesus Cristo” e animado pelo Espírito Santo, terá um coração aberto para, se for necessário, exercer sua vocação além-fronteiras. Nesse itinerário o futuro sacerdote precisa aprender a “sair de si”, portar-se como humilde aprendiz, ter espírito sinodal e participativo, olhar a realidade com os olhos de Deus e ser capaz de viver bem na comunidade, superando os medos e as dificuldades que impedem sua doação total.

Além das conferências, o congresso foi marcado por noites culturais, que permitiram aos participantes conhecer melhor a beleza da cultura nordestina e de outras regiões do Brasil; oficinas, que trataram de temáticas diversas a respeito da missão e da organização das obras missionárias no Brasil; testemunhos sobre as atividades missionárias realizadas por seminaristas em algumas realidades brasileiras; e painéis temáticos, onde temas eram aprofundados e discutidos. Tudo isso tinha seu ápice na celebração diária da Eucaristia e em outros momentos de oração.

No sábado, penúltimo dia do encontro, os congressistas puderam conhecer melhor a realidade da Igreja na Arquidiocese da Paraíba, por meio das visitas missionárias às comunidades. Vários grupos foram formados e enviados a comunidades e paróquias de João Pessoa e arredores, onde aconteceram visitas às casas e celebrações.

No encerramento do COMINSE, foi publicada uma carta-compromisso, que elenca alguns pontos relevantes discutidos e aprofundados no congresso, convidando os presentes e a todos os seminaristas do Brasil a assumirem a missão como paradigma vocacional e pastoral. Na carta, são reconhecidos os esforços das diversas dioceses e congregações religiosas no empenho missionário, mas são apresentados também alguns desafios que ainda perduram no processo formativo e que precisam ser superados. Além disso, os seminaristas comprometem-se a testemunhar Jesus com toda a sua existência; dialogar para trilhar um caminho missionário participativo e sinodal; valorizar o tempo de estudo e formação como momento de discipulado e atenção às necessidades pastorais e sociais de sua realidade; abrir-se à ação do Espírito Santo para estarem mais cheios de Jesus Cristo; empenhar-se no conhecimento dos documentos missionários da Igreja e da vida dos missionários “ad gentes” que vieram para o Brasil.

Vê-se, portanto, que o 4º COMINSE foi um momento importante para a Igreja no Brasil, mas cujos frutos só serão efetivos se as reflexões e experiências vivenciadas forem realmente colocadas em prática, de acordo com o compromisso comunitário e pessoal de cada um. Cabe, agora, aos seminaristas, com a ajuda de seus formadores, buscarem ser cada vez mais testemunhas de Cristo, empenhando-se na missão evangelizadora da Igreja com renovado ardor missionário e sinodal. Que o Espírito Santo, o protagonista da missão, inspire sua vontade em cada coração e ajude os vocacionados a trilharem o seu caminho com fidelidade e compromisso.

Gabriel Henrique da Silva

3º ano da Etapa da Configuração (Teologia)

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